Surgimento das fontes alternativas
Paralelamente às crises energéticas da década de 70, o mundo vivenciou a busca por novas fontes de energia que servissem como alternativas em casos como estes de crises e escassez de petróleo. As fontes de energias alternativas foram bem recebidas no cenário mundial, pois anteriormente a Crise de Petróleo de 1973 havia ocorrido, um ano antes na Suécia na cidade de Estocolmo, uma conferência mundial para discutir questões ambientais. Impulsionados pelo pensamento conservacionista/ambiental e a filosofia hippie, as fontes alternativas (ou renováveis) ganham força por serem mais baratas, menos poluentes e destrutivas e possuírem tempo de renovação em escala humana; começam a influenciar as políticas públicas em ordem mundial.
No Brasil, neste contexto histórico, representa o auge do governo militar que apoiado no discurso desenvolvimentista para impulsionar o crescimento industrial do país, dá inicio a grandes obras, muitas das vezes pouco compensatórias e inacabadas, como o caso das hidrelétricas de Sobradinho e Balbina, nos estados da Bahia e Amazonas respectivamente.
As energias alternativas/ renováveis mais utilizadas são a Hidroeletricidade, Biomassa, Nuclear, Eólica e Solar.
Potencialidades do território brasileiro
O Brasil possui grande potencialidade para utilização de energias alternativas/ renováveis em seu território. Nosso país possui extensas bacias hidrográficas compostas por rios caudalosos aliados a topografias de Planalto, que garantem um altíssimo aproveitamento hidráulico. Outro fator a ser analisado é a localização geográfica na Zona Intertropical, podemos analisar alguns fatores favoráveis.
O primeiro a ser destacado é a disponibilidade de insolação durante todo o ano que pode ser utilizada na obtenção de energia térmica (aquecimento da água) e fotovoltaica (para geração de energia elétrica).
Em segundo lugar podemos aliar as altas temperaturas da região tropical à alta umidade presente na atmosfera nessa localidade como mantenedora de uma biodiversidade favorável, que nos garante a oferta de biomassa, cuja origem provém de resíduos vegetais e/ ou da produção agrícola, e que, portanto são renováveis. Utilizamos por muito tempo a lenha como base geradora de energia, que contribuiu com as diversas frentes de desmatamento no Brasil.
No entanto, os atuais trunfos brasileiros no cenário mundial é a produção de etanol (cana –de- açúcar) iniciado com o Programa Brasileiro do Álcool Combustível (PRO-ALCOOL 1976) e mais recentemente com o Biodiesel (mamona), incentivado pelo Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB 2004).
Em terceiro e não menos importante, ressaltamos a localização de boa parte da região Norte e Nordeste do país próximo às baixas latitudes (0º à 10º S), que garantem a convergência dos ventos alísios, passível de aproveitamento de modo eólico. Como modo de fomento, o Brasil continua apoiando o crescimento das fontes renováveis ao lançar também em 2004 o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de energia elétrica (PROINFA).
Como um caso a parte, a energia nuclear pode ser aproveitada com a fissão (quebra) do núcleo atômico de minério, emitindo nêutrons e liberando grande quantidade de energia térmica, não liberando gases na atmosfera, fato este que alguns especialistas a consideram como limpa. Esta opção de energia é vista como “independente” por exigir reservas de urânio (que pode ser importado) e tecnologia nuclear. É considerada também como a forma mais perigosa de se obter energia, devido a possibilidades de vazamentos de material radioativo. O Brasil possui duas centrais termonucleares (Angra I e II) que fizeram partes das “grandes obras” do regime militar.
Fonte: Educação Globo